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Foto do escritorSara & Felipa Educa_são

O sono

Atualizado: 19 de dez. de 2020




Comecemos pela pergunta: como tens dormido?


A escassez de horas de sono é um mal que afecta grande parte da população mundial.

Mas o ser humano precisa de sono. Uns mais que outros, mas todos precisamos de dormir para regeneração de orgãos (os adultos) e formação dos mesmos ( nas crianças).

Hoje em dia todos sabemos a importância de dormir bem para a saúde geral, mas então que se passa, porque não dormimos bem ou o suficiente?


Este é um tema que está muito próximo dos nossos corações, pois ambas tivemos filhos que vieram acordar-nos, em todos os sentidos.

E os nossos primeiros filhos vieram acordar-nos e manter-nos acordadas em relação a todos os mitos, crenças e assunções que a sociedade mantém, muitas vezes sem questionar, em relação a tudo o que se refere ao sono.


E tudo começou no dia em que nasceu um bebé. Ou muitas vezes antes, sem sequer nos apercebermos...


Nós como qualquer pai e mãe de primeira viagem começámos, a certa altura da gravidez, a preparar a vinda do bebé: as roupas, todo o tipo de equipamentos que nos disseram ser essenciais quando se tem um bebé, e o quarto do bebé. Este comportamento está também associado ao "síndrome do ninho (arrumado)" .


O que é a síndrome do ninho (arrumado)?


Já diziam as nossas avós: “Deu-te vontade de limpar e arrumar a casa? Prepara-te porque a hora está a chegar!”.

Este é um comportamento que nos identifica às fêmeas do reino animal, especialmente aos pássaros, o instinto conhecido como nidificação. Daí o nome!

Durante a nidificação, os animais constroem os seus ninhos e preparam o ambiente para garantir segurança e proteção à fêmea e às crias.

Nas mulheres, este comportamento surge como uma "hiperatividade", onde nos ocupamos com todo tipo de arrumações e limpezas, algumas que nem nunca tínhamos feito em casa (confesso!)!

E porque acontece isto?

Porque no final da gravidez, não é só o corpo que já está a preparar-se para o nascimento, o cérebro também está a trabalhar nesse sentido. Daí, a necessidade de preparar o “ninho” para recebermos o bebé.

Exatamente como no instinto animal, as mulheres sentem o desejo de deixar tudo limpo e preparado. Além disso, limpar e organizar transmitem uma sensação de segurança e bem-estar ao ambiente, o que as mães também querem providenciar ao novo membro da família.

E outra razão, é a ansiedade que envolve as mulheres na fase final da gravidez. Fazer uma grande limpeza, lavar as roupinhas todas, dobrar e guardar faz com que a cabeça se mantenha ocupada e afaste os pensamentos da preocupação com o parto, ajudando a contornar a necessidade de controlar cada acontecimento.

O medo do desconhecido bate à porta e o sono já não é mais o mesmo...

Ou seja... começou!

Sem nos apercebermos nós mães, e muitas vezes os nossos parceiros ( uns mais do que outros nós sabemos), mesmo antes de um novo ser entrar em nossa casa, a sua influência já se fez sentir, não só nos "pontapés" na barriga que nos encantam, como na alteração dos padrões de descanso da família, o que já não nos encanta tanto....

E por fim chegou o ansiado dia... e nasce o bebé!

E com ele uma mãe, e um pai, e toda uma família e comunidade em seu redor, se tivermos sorte!

E sem tomarmos conta a pergunta mais importante a seguir ao sexo e nome do novo ser é:

-É um bom bebé?

O que a mães mais opinativas como nós fez logo surgir várias respostas poucos simpáticas, que engolimos e acenamos com a cabeça e um sorriso meio tolo, para não ofender os presentes.

Mas por detrás desta pergunta tão inocente, está mascarada a verdadeira pergunta, ou não, pois muitos não terminam a investigação aí e, se segue-se a pergunta de acompanhamento:

- Dorme a noite toda?, ou o - Dá boas noites?

Levante a mão aquele, aquela que não ouviu esta pergunta dezenas de vezes!

Mas afinal quanto dorme um bebé?


Segundo os estudos realizados (ver tabela no link anexo) um bebé dos 0 aos 3 meses dorme em média de 14 a 17 horas, um bebé dos 4 aos 11 meses 12 a 15 horas e de 1 a 2 anos de 11 a 14 horas...

Mas cada bebé tem o seu ritmo e estas são "balizas" de tempo e não verdades absolutas, e muito menos são períodos seguidos!


É completamente improvável que o nosso bebé corresponda às nossas necessidade de sono. E por isso, tantas pessoas nos aconselham quando somos "pais de primeira viagem" a tentar dormir enquanto o bebé dorme. Escutem-nas este é um dos conselhos que merece ser guardado!


E seguem-se as inúmeras e mais variadas opinões sobre como, quando e onde deve dormir o bebé, e uma panóplia de afirmações bem intencionadas que nada mais fazem do que encher os recentes pais de dúvidas e incertezas, e mais tarde trazer-lhes muitas vezes sentimentos de vergonha e de estar a falhar.


Quando a verdade é que ninguém parou para olhar e perceber, como, quando e onde aquele ser dorme e adormece...ritmo e rotina esses são os verdadeiros mestres.

Pois esse é a grande verdade, os nossos filhos são o livro onde encontramos todas as respostas.


Mas falando em respostas então que dizem hoje os cientistas?!


"Tem havido muita controvérsia sobre se os bebés devem dormir junto ou

compartilhar a cama com um adulto responsável e sobre se tais práticas aumentam o risco de

SIDS ou morte súbita. No entanto, apesar da oposição das autoridades médicas ou mesmo da

polícia, muitos pais ocidentais estão cada vez mais a adoptar padrões de cuidados infantis noturnos que incluem o co-sleep, especialmente aquelas mães que optam por

amamentar. Esta análise mostrará que a relação entre os padrões de sono infantil,

as formas de dormir dos bebés e o desenvolvimento a curto e longo prazo, quer

tenham resultados positivos ou negativos, é tudo menos simples e o hábito tradicional de

rotular uma forma de dormir como sendo superior a outra sem consciência do contexto familiar, social e étnico não é apenas errado, mas possivelmente prejudicial. Vamos mostrar que

há muitas boas razões para insistir que as definições de diferentes tipos de dormir junto

e compartilhando a cama seja reconhecido e diferenciado. Vamos examinar as questões conceituais relacionadas às funções biológicas do co-sleep mãe-bebé, cama compartilhada e que relação cada um tem com a SIDS. No mínimo, esperamos que os estudos e dados descritos neste artigo, que mostram que dormir junto, pelo menos na forma de compartilhamento de quarto, especialmente com uma mãe que amamenta activamente salva vidas, é uma razão poderosa pela qual a simplista, cientificamente imprecisa e enganosa declaração "nunca durma com seu bebé" precisa ser revista, onde e quando for publicada"

2005 Elsevier Ltd. Todos os direitos reservados.


Ou seja, cada bebé e família terão de descobrir o seu ritmo e rotina para manter o bem-estar da sua família, continuar aquele ambiente de proteção e segurança que criaram ainda durante a gravidez.


E é isso que qualquer bebé precisa para dormir sentir-se protegido e seguro, ter as suas necessidades básicas respondidas: segurança física e emocional, abrigo e comida...


E heis que aqui somos de novo bombardeados com uma série de opiniões de quando e quanto o bebé deve comer, por quanto tempo, e se deve ou não adormecer enquanto mama. E com tanta preocupação, horários e medidas, começamos desde o dia 1 a interferir no sono daquele ser que acabou de nascer.


Mas toda esta informação que hoje em dia está felizmente a ser questionada e clarificada, até há bem pouco tempo não o era, e quando dizemos pouco falamos de 20 anos, quando eu (Sara) terminei o curso de Educadora, mesmo a Felipa que terminou o dela no ano do estudo acima, todo o curso foi dado nos mesmo padrões e lamentamos informar muitos continuam a ser.


E nós também fomos instruídas, é esse o verdadeiro termo, de que os bebés deviam dormir, assim , comer assado, fazer isto e aquilo em determinados períodos da sua vida, que em alguns casos são excelentes directrizes, mas só isso directrizes... e esse era o discurso, e continua a ser, o da maioria dos pediatras e pedagogos, e sociedade em geral pois viemos todos da mesma "escola".


E, visto isto, quem éramos nós, jovens mães para questionar todos estes sábios e experimentados especialistas?


Como resultado os nossos primeiros filhos foram vítimas ou cobaias, como queiramos ver, de todas estas teorias fantásticas de que o sono é programável e como tal simples, e se os nossos filhos não correspondem aos padrões apresentados nós estávamos definitivamente a fazer algo errado!


Resultado... temos dois filhos que nunca se dignaram a cumprir as "regras do jogo" e que resultou em mães e pais cheios de dúvidas e incertezas num corpo com as "hormonas aos saltos" e noites por dormir! Não é uma boa combinação...


E a parte mais lamentável desta história, é que este é um processo que traz consequências para o resto da vida. E estamos cá nós (sociedade) para o provar: - a sociedade em que uma grande percentagem de indivíduos tem problemas em dormir ou em dormir descansadamente.


No entanto todos estamos tão embrenhados naquilo que nos quiseram fazer acreditar, que passamos por todo este processo, de noites mal dormidas, bebés inconsoláveis, pensando que é assim mesmo, que não há solução, e um dia tudo se resolverá magicamente.


Por isso refazemos a pergunta? Como tens dormido? Como têm dormido?


Como viram já estivemos aí!


E posso acrescentar que o meu filho mais velho teve problemas de sono até aos doze anos, heis algo que não desejamos, mesmo, mas não houve um passo de magia que o fizesse de um dia para o outro decidir: - hoje vou dormir a noite toda!


Depois de muita luta e busca interior e exterior, "sangue, suor e lágrimas" e partilha podemos dizer-lhes que há solução, há sempre outro caminho, não há um procedimento único milagroso mas há o teu/vosso processo!

E estamos aqui, para vos ajudar a encontrar o vosso ritmo e apoiar o sono da vossa família.


Pois o sono não é um comportamento aprendido, é natural!


Contem-nos as vossas rotinas de sono e digam-nos onde podemos ajudar.





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