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Foto do escritorSara & Felipa Educa_são

Com que idade deve ir para a Creche?

Atualizado: 12 de jan.




Esta é a pergunta que invade constantemente a mente dos recém pais, ou mesmo dos pais que ainda estão a pensar em ficar "grávidos". E aquela pergunta que nos é colocada vezes sem conta directa ou indirectamente.


A verdade é que todos aqueles que desejam entrar no mundo da parentalidade, são imediatamente alertados para a necessidade da inscrição da sua criança ( ainda ela muitas vezes é um mero desejo na mente e coração dos futuros pais) numa futura opção de cuidados fora de casa.


E, como tal, sabemos que esta talvez seja a pergunta para a qual mais difícil é de se chegar a uma resposta, principalmente quando todo o nosso círculo social está a criar os seus filhos segundo a mesma corrente (seja ela qual for), e esta não vem ao encontro daquilo que os recém pais, ou futuros pais sentem.


A Creche é uma ideia moderna (cerca de 100 anos) que não tem necessariamente em consideração as necessidades dos mais pequenos como ponto fulcral, uma vez que esta se destina a responder às necessidades da sociedade que precisa que os adultos vão trabalhar.

No entanto, o cuidado infantil fora de casa, nesta faixa etária, é justificado como sendo: - bom para as crianças socialmente e/ou academicamente, quando na realidade, não é realmente nem bom, nem mau academicamente, e é super-valorizado socialmente (mais sobre isso abaixo).


O que acontece? A maioria dos pais segue este slogan de que as crianças têm de ir para a creche senão ficam social ou emocionalmente atrasadas, e como pais querendo sempre o melhor para os nossos filhos, não vamos permitir que eles iniciem a vida em desvantagem, mesmo quando isso vai contra tudo aquilo que os seus corações e instinto diz.


Alguém nos "vendeu" esta ideia como sociedade há vários anos, quando na realidade esta ideia, nas condições em que é oferecida (na generalidade), não corresponde à verdade.


A verdade?

O desenvolvimento emocional surge da interação da criança com o cuidador principal, como tal ela ficará, na realidade, emocionalmente avançada se não for para a Creche (fora as excepções de abuso e negligência).

Socialmente, ela também não “ficará para trás” quando há tantas outras experiências sociais, sendo especialmente benéfico que essas experiências sociais incluam o cuidador principal, - é a presença deste que facilita o desenvolvimento das habilidades sociais. ( mais adiante) (2)


No entanto a realidade de cada um de nós é diferente, e importa saber de que família estamos a falar, de que criança estamos a falar, qual a opção de cuidados, durante quanto tempo (horas e dias), etc.…já para não falar que é necessário saber qual seria a alternativa. E como tal a Creche, ou outra solução similar, é a única ou a melhor opção para muitas famílias.


Desde a década de 1970, quando se tornou mais comum as mães com filhos pequenos trabalharem fora de casa, a sociedade começou a perguntar - e a debater - se ter uma “mãe que trabalha” é prejudicial ou não para os filhos.


E, embora os papéis de género tenham mudado, com os pais a trabalhar mais de casa do que no passado e as mães a trabalhar mais fora de casa, ainda há um sentimento de culpa dos pais que trabalham que tende a ser sentido principalmente pelas mulheres.


Como consequência, alguns progenitores, especialmente as mulheres, sentem-se culpados por trabalhar fora de casa.


Esta não deveria ser a realidade de nenhum pai/mãe. Ninguém se deve sentir culpado pelas decisões tomadas, quando feitas em consciência, apenas cada um de nós sabe qual a realidade que melhor servirá a nossa família.


Num mundo ideal, os pais poderiam optar por ficar em casa (se assim o desejassem), ou por trabalhar a meio-tempo quando os seus filhos são pequenos. Ou, como na generalidade dos países nórdicos, em que a maioria das famílias opta por os dois progenitores trabalharem cada um 2 a 3 dias por semana, sendo que cada um poderá ficar assim com a criança 1/3 das vezes. Sobrando só o último 1/3 do tempo em que a criança pode ter um outro cuidador em casa ( que a pesquisa mostra ser muito menos stressante do que uma creche ou qualquer outro ambiente de grupo para crianças até aos ¾ anos ) ou ir só esse período para a creche, ama ou casa de algum familiar.


Mas as situações de emprego e finanças no nosso país raramente permitem este mundo ideal, embora acreditemos que todos devemos continuar a lutar por isso.


A nosso ver seria ideal que, pelo menos, os pais pudessem adiar o início da creche até aos 12 meses e, de preferência, adiarem os cuidados fora de casa a tempo integral até os três/quatro anos de idade das crianças. Como é defendido aliás, na generalidade dos países no norte da Europa.


Mas evidentemente que há muitas mais questões importantes nesta decisão.


A verdade é que muitos pais acabam por abandonar a sua intenção de ficar com as crianças em casa pois sentem-se assoberbados e sozinhos quando confrontados com passar um dia inteiro com uma criança pequena. Muitos pais que ficam em casa falam do sentimento de desamparo que se instala quando começam a acreditar que existem apenas para ajudar os outros a existirem. A nossa sociedade não está preparada para apoiar quem toma decisões diferentes da maioria, apesar de, cada vez mais, começarem a surgir projectos de apoio aos pais "domésticos".


E muitos também, quando sentem que querem fazer algo mais, mas que não podem falar sobre isso porque têm a "sorte" de ter a opção de não trabalhar ou, como é o caso de muitos de nós hoje em dia, de trabalhar enquanto estamos casa com as crianças, o que por si só pode ser uma forma especial de inferno, como muitos pais constataram agora durante os confinamentos.


Quando se diz que é necessária uma vila para cuidar de uma criança, é mesmo verdade. Não só para a criança como para os cuidadores. Como tal consideramos que é mais interessante discutir o Acolhimento Infantil (seja ele ama, creche, etc.) centrado na criança, do que criar uma discussão que crie uma imagem deste como algo positivo ou algo prejudicial. Positivo ou negativo, para muitos esta é uma necessidade incontornável.


Vamos aos factos, algo que está provado é que quanto mais cedo as crianças começam a creche, mais difícil é desta transição ser feita de forma suave. E, como tal, defendemos sim que devemos todos lutar por uma extensão da licença de maternidade/paternidade até ao ano de idade.


Estudos realizados, como o estudo da Noruega, país onde as crianças, até recentemente, não começavam a creches até ao ano ( no sistema Norueguês as mães ou cuidador principal, podem tirar 49 semanas com pagamento integral ou 59 semanas com 80% do salário, e os pais/companheiros(as) podem tirar entre zero e 10 semanas, dependendo do vencimento da(o) companheira(o). Juntos, os pais podem receber 46 semanas adicionais com pagamento integral ou 56 semanas com 80% dos seus vencimentos.), reconhece que as crianças que começam a creche depois do ano de idade, têm uma melhor resposta de adaptação a este ambiente.

A verdade é que a transição do ambiente de casa para a creche é a primeira grande transição na vida de muitas crianças. E as crianças pequenas, dependente de vários factores, na sua generalidade ainda não estão cognitiva e emocionalmente maduras o suficiente para regular os seus sentimentos durante a separação dos pais e, portanto, podem não ser capazes de se ajustar a um novo ambiente sem grandes dificuldades. (Schore e Schore 2008). (1)


Os cuidados fora de casa precoces (antes dos 3/4 anos) poderão até ser um factor de risco, porque exige muito das crianças. E a sociedade não o vê porque não quer ver.

É muito fácil observar as muitas crianças que, quando começam esta transição começam a compensar o stress, adquirido por esta mudança, de outras formas - regridem em comportamentos, batem nos irmãos mais novos, têm pesadelos, começam a ficar mais dependentes...


Mas, como dissemos, isto não é igual para todas as crianças. O que influencia?

Um factor importante é a fase de desenvolvimento da criança, outro o processamento sensorial e o temperamento da própria criança, incluindo quanto tempo ela gosta de ficar sozinha ou em grupos. Outro factor crucial é se a criança sente que há um adulto disponível para ajudá-la a navegar esse novo ambiente.


Uma boa relação entre os dois ambientes (creche-escola) também é um factor de grande importância para a criança. Se o cuidador principal está presente no novo ambiente e tem a oportunidade de interagir positivamente com a criança e o novo cuidador, uma série de benefícios, como maior segurança e novas relações sociais, podem surgir. De acordo com a teoria dos sistemas ecológicos de Bronfenbrenner (1979), a transição de um micro-sistema familiar (a família) para um desconhecido (a creche) pode ser facilitada por o cuidador principal que entra no novo sistema junto com a criança como construtor de pontes .


As crianças procuram formar relacionamentos próximos. Esses relacionamentos especiais são importantes para que as crianças regulem os seus sentimentos e desenvolvam, competências emocionais (Schore e Schore 2008), estes são os ingredientes essenciais para o desenvolvimento saudável do cérebro. E hoje em dia, já é reconhecido que também os cuidadores profissionais podem tornar-se figuras relacionais importantes para a criança. Desde que a ponte tenha sido bem edificada.


Voltando ao estudo norueguês este mostra que, nos dias em que as mães ainda estavam presentes na creche, as crianças apresentavam apenas uma ligeira elevação do cortisol em comparação com o estar em casa. No entanto, essa elevação era muito maior para crianças com um estilo de apego inseguro (futuro post). Nas primeiras manhãs separadas das suas mães aí as crianças exibiam níveis mais elevados. E cinco meses após a entrada na creche, os níveis ainda eram bastante altos em comparação com a linha de base, mas eram significativamente mais baixos do que durante a primeira separação.


Ou seja, temos aqui a prova que nós educadores e cuidadores sabemos, pelo vivenciar na nossa prática, que é de extrema importância para o bem-estar da criança uma adaptação e integração da criança no novo espaço de cuidados e com os seus elementos de uma forma gradual e tranquila, e sempre com a presença de uma figura de apego que faça essa transição com a criança.

Legendre (3) relacionou elementos estruturais do cuidado infantil, como o tamanho do grupo, número de cuidadores, espaço para brincar e a diferença de idade entre as crianças do grupo, com níveis menores ou mais elevados de cortisol em crianças pequenas. (Mais sobre este assunto aqui)


A questão principal é que os grupos são stressantes para crianças destas idades, não importa o que aconteça e quão cuidado é o espaço de acolhimento.

Claro que algumas crianças são mais susceptíveis de ficar mais stressadas do que outras. E nisto tem influência a sobrecarga sensorial, o ruído, a dificuldade em expressar as suas necessidades aos cuidadores, a competição por brinquedos, a necessidade de acomodar as suas próprias necessidades à programação, etc. Mas esta realidade não é um estado normal para uma criança destas idades. E por isso, na generalidade, esta não é a situação de acolhimento ideal para crianças destas idades ( em grandes grupos - tudo o que seja maior que uma família nuclear típica).


Como dissemos as crianças sentem-se assoberbadas e assustadas facilmente em grupos, e é por isso que muitas, nesta situação, se tornam mais agressivas ou ficam mais tímidas.

Por vezes, a criança até pode controlar as suas emoções no ambiente de grupo, mas assim que o pai/mãe aparece para vir buscá-la, ela começa a chorar. Isto significa que era difícil para ela estar na escola durante esse tempo e embora parecesse bem para os educadores (por outras palavras, não criava problemas), ela na realidade tinha uma frequência cardíaca acelerada e altos níveis de cortisol e outras hormonas do stress, se estes tivessem sido medidos. E no momento que o/a figura de referência regressa, ela sente-se enfim segura para chorar e descarregar todo esse stress.


No entanto, há crianças que se sentem facilmente confortáveis em grupos, por curtos períodos de tempo, e os grupo poderão ser estimulantes para elas, se elas forem capazes de lidar com a ausência da sua figura de apego.


Portanto, o ponto principal aqui é a personalidade da criança. Se ela é do tipo de criança que pede para ir ter com outras crianças constantemente, então um acolhimento em grupo pode ser bom para ela. Mas atenção, sabe-se também que a hormona do stress aumenta mais em crianças que passam oito horas ou mais por dia em creches ou afins, por isso, é sempre necessário ter atenção à quantidade de tempo passado nesses espaços de cuidados fora de casa.


Vários estudos descobriram que os níveis de cortisol nas crianças são mais altos na primeira semana após a transição para o ambiente de cuidados fora de casa. E que estes ainda são elevados, mas vão diminuindo, nas quatro a seis semanas após o início da transição. Daí, a tão grande importância de uma transição gradual.

Mas também se sabe, que os níveis são mais elevados nas crianças mais novas (com menos de 14 meses). Nestas os níveis de cortisol após quatro a seis semanas ainda se mantinham tão altos como durante o período de transição para a creche. Por isso defendemos que as crianças deveriam poder ficar em casa, até pelo menos os 12 meses, além de esta realidade trazer outros factores benéficos.


E é sabido que as crianças dos 0 a 2 anos estão na etapa de desenvolvimento mais vulnerável e por isso toleram mal o stress. Isto porque o desenvolvimento da anatomia do cérebro está em pleno andamento. O stress negativo pode afetar os neurónios do cérebro, e os neurónios usados ​​para lidar com as reações de stress são os mais afetados. Pois sempre que experimentamos /vivenciamos algo novo, os nossos níveis de cortisol aumentam. A mesma coisa que acontece conosco, como adultos, quando começamos um novo emprego. Faz parte de como o nosso corpo se prepara para encontrar novas impressões. E todos sabemos, pois sentimo-lo, que quando retornamos a um ambiente seguro/familiar, o nosso nível de cortisol desce.

Por isso desde que a criança tenha um lugar seguro para onde voltar, não é necessariamente prejudicial ter um nível de cortisol aumentado por um período de tempo. Depende do período de tempo, claro, e desde que esse nível não chegue a níveis alarmantes, e haja tempo para compensar o nível mais elevado que se sentiu durante o dia.

Os pais devem estar cientes de que é importante dar aos filhos a oportunidade de se recuperarem depois de estar na creche, ou quaisquer outros cuidados fora de casa. O importante é dar tempo para que se divirtam juntos e relaxem antes de começar a fazer compras ou dar banhos ou fazer o jantar. Vão para o ar livre brincar. Aconcheguem-se no sofá e vejam um livro juntos. Ofereçam a maminha e tudo o mais que lhes foi privado durante o dia.


E aqui ficam algumas conclusões baseadas em tudo o que vivemos, lemos e estudámos, que esperamos que ajude a uma resposta a esta pergunta que só tu, ou vocês em família, poderás(ão) dar.


1. Os bebés não estão biologicamente projetados para ficarem longe dos pais por longos períodos de tempo. Como tal, até aos 12 meses o ideal seria ficar com a figura de apego. Aqui não há dúvidas.


2. Os pais são a sua "Estrela Polar", o “Porto de Abrigo” em torno da qual as crianças se orientam, a sua figura de apego com o mundo. E, como tal, fundamentais para esta transição. Ao considerar opções de cuidados fora de casa é importante escolher uma que proporcione esta transição de forma acompanhada e gradual.


3. Os funcionários da creche, as amas, etc., podem ser (substituir) as figuras de apego?

Sim, e de facto essa é a única maneira das crianças poderem viver tranquilamente sem os pais enquanto estão em situações de cuidado fora de casa. Elas "transferem" temporariamente o seu foco de apego dos pais para os cuidadores.


4. A creche ou ama é difícil para os pequenos porque eles não têm um cuidador que esteja sempre atento às suas necessidades ( em exclusividade).

As crianças que o têm (na forma de cuidadores em casa) não apresentam níveis de cortisol elevados. Mas isto apenas quando é um cuidador em casa, um a um com a criança.

Mesmo as creches e outras opções muito boas, que designam um cuidador específico para três crianças (mínimo exigido por lei), não têm a capacidade de ter essa pessoa apenas disponível para o teu filho. Além do mais, o cuidador inevitavelmente terá situações médicas ou dias de folga ou outras situações e não estará sempre disponível ou presente.

Simplesmente compartilhar o cuidador com tantas crianças da mesma idade é stressante porque os cuidadores não podem apenas atender às necessidades daquela criança a todo o momento.


5. A pesquisa mostra que a empatia é a habilidade social mais importante. O desenvolvimento da empatia surge do ser tratado com empatia. Não há como uma creche ser capaz de ver as coisas do ponto de vista da criança tão bem quanto um progenitor, ou oferecer a empatia que este pode. Portanto, a habilidade social mais importante - a empatia - é ensinada pelos pais, não em situações de grupo "escolar". (não será coincidência os estudos demostrarem que a empatia diminuiu quase 50% nos últimos anos, os pesquisadores descobriram uma diminuição de 48% na preocupação empática e uma diminuição de 34% na tomada de perspectiva entre 1979 e 2009.).


6. As crianças progridem academicamente com o ambiente do grupo? Não.

Ter um pai/mãe que pára para observar as formigas do passeio, que a deixa passar o dia no seu próprio ritmo, que passa o dia a falar só com essa criança, isso é o que verdadeiramente contribui para um QI mais alto.

Situações de grupo podem expor as crianças a mais coisas do que tu farias, mas isso é "sofisticação" e, é algo fácil de se conseguir. Na verdade, a capacidade de pensar, desenvolvesse mais rapidamente no um a um, com o adulto.

Claro, que existem experiências de aprendizagem maravilhosas na escola. Mas os pais podem fornecer essas experiências em casa, em museus, até no ir à loja, ao centro de jardinagem ou ao mercado. Tal como uma ida à biblioteca e ao viajar. E se a crianças tem pares com quem estar à tarde, alguns dias por semana, isso nestas idades já é muito “brincar social”, o que na realidade só surge depois dos 3 anos.

E isto tudo sem o lado negativo da separação.


7. As crianças pequenas desenvolvem-se mais socialmente num ambiente do grupo?

Isso depende da criança. Já falámos sobre as desvantagens. A vantagem é que algumas crianças adoram a experiência em grupo e florescem nela ( por algumas horas por dia, não em horários laborais completos). Tu sabes certamente, melhor que ninguém, se o teu filho é uma dessas crianças.


8. Sabemos que os pais de crianças pequenas que trabalham fora de casa costumam ficar terrivelmente stressados ​​e exaustos. Isso também afecta a relação pai-filho, fora da creche.

No entanto, muitos pais que ficam em casa também acusam esses sentimentos de stress, a acrescentar ao desamparo de não ter uma rede de partilha. O que também poderá afetar a relação.


9. As primeiras experiências do teu filho afectam o desenvolvimento do seu cérebro e estabelecem a base para o seu desenvolvimento futuro. As mais importantes dessas experiências são fornecidas pelas figuras de apego e pelo ambiente familiar.

Um estudo do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano (NICHD) dos Estados Unidos analisou a influência dos cuidados infantis e do ambiente doméstico em mais de 1.000 crianças com desenvolvimento típico.


As conclusões:


  • Independentemente de as crianças frequentarem creches, ou afins, o que acontece em casa é mais importante para o seu desenvolvimento. O que é mais importante para o desenvolvimento de uma criança é o tipo de interação que ela tem com seus cuidadores principais. O que conta são as interações frequentes nas actividades quotidianas, durante as quais os pais ouvem os filhos, respondem calorosamente e com interesse ao que eles comunica e fornecem informações com as quais eles podem aprender. Na verdade, estes tipos de interação pai-filho predizem o desenvolvimento de uma criança - muito mais do que os factores de cuidado da criança.


  • Não há diferenças entre os resultados (cognitivos) das crianças cuidadas em creches e em casa.


  • Ao contrário do que muitas pessoas pensam, as crianças que frequentam creches têm resultados semelhantes aos das crianças cuidadas em casa. Isso é verdadeiro para crianças com desenvolvimento típico e crianças com necessidades especiais. Só difere em crianças em situações de abuso ou negligência.

Por isso, confia no teu coração e no teu instinto, pois independentemente da decisão que tenhas de tomar, sabe que é a segurança na sua relação contigo que o teu filho descansa e floresce. O importante mesmo é fazer a escolha em consciência e saber que escolhemos o melhor para "nós" como família.


( Foto: autor desconhecido / Nymannsveien kindergarten- Noruega)


REFERÊNCIAS:

(1) Schore, J., and A. Schore. 2008. “Modern Attachment Theory: The Central Role of Affect Regulation in Development and Treatment.” Clinical Social Work Journal 36 (1): 9–20. doi:10.1007/s10615-007-0111-7.[Crossref], [Web of Science ®], [Google Scholar]


(2)(Brooker 2008Brooker, L.2008. Supporting Transitions in the Early Years: Supporting Early Learning. Maidenhead: McGraw-Hill Education.[Google Scholar]; Ebbeck and Yim 2009; Markström and Simonsson 2017; Undheim and Drugli 2012).


(3) Legendre, A.2003. “Environmental Features Influencing Toddlers’ Bioemotional Reactions in Day Care Centers.” Environment and Behavior 35 (4): 523–549.


(4) Eunice Kennedy Shriver, National Institute of Child Health and Human Development, NIH, DHHS. (2006). The NICHD Study of Early Child Care and Youth Development (SECCYD). Findings for Chidlren up to Age 4 ½ Years (05-4318). Washington, DC: U.S. Government Printing Office.

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