Estamos na época de Micael, que marca a entrada da estação em que sentimos o impulso de nos voltarmos para dentro após os longos e quentes dias de verão, e de reunir força e coragem para enfrentar os dias mais frios e as longas noites do inverno que se avizinham. É a época em que há dragões que precisam de ser conquistados e é a altura em que nos vimos rodeados do tema força, coragem e equilíbrio. E como o sentimos ao nosso redor nesta época do ano... e os último dois anos lectivos parece-nos que as forças de Micael estiveram especialmente presentes, a vocês não?
Mas o que exatamente é a festa de Micael?
Micael
Micael, tradicionalmente celebrado na época medieval no último dia das Colheitas e perto do Equinócio de Outono, está ao virar da esquina, nas escolas Waldorf é celebrado a 29 de setembro. Uma das nossas coisas favoritas sobre ser educador Waldorf são os festivais sazonais ( como já devem ter reparado)- E Micael sendo o primeiro do período escolar é sempre especial. É um festival que envolve toda a escola, cada um tem, muitas vezes sem saber, a sua tarefa especial que contribuiu para a alegria e força comum que guardamos nos meses mais frios como gratidão e boa vontade.
Consideramos que é importante reconhecer estas celebrações como Micael que honram a mudança das estações com os mais pequenos, pois ajuda-os a lembrar os ciclos naturais da Terra, o encurtamento e alongamento da luz do dia e as flutuações de temperatura - as mesmas coisas que as famílias medievais faziam quando celebravam a festa de São Miguel há centenas de anos, e sempre implicitamente, nunca explicitamente! Sentimos que é especial poder continuar estas tradições hoje.
S.Miguel
Nas escola Waldorf Micael (São Miguel), São Martinho e São Nicolau (apenas nos países nórdicos) são as 3 festas de santos da época do outono. Todos os três simbolizam qualidades internas que podem ser desenvolvidas ser humano:
· Micael representa a gratidão, o equilíbrio e a coragem para desenvolver um Eu interior puro, e fazer as escolhas certas.
· São Martinho simboliza a disposição de nos sacrificarmos.
· São Nicolau a auto-reflexão e a generosidade.
Micael e o Dragão
Acima de tudo Micael é o festival da força e coragem.
S.Miguel é o anjo que, junto com os anjos do reino celeste, travou a grande batalha contra o dragão / serpente, o animal selvagem que foi expulso do céu e que simboliza o diabo (lúcifer) e o mal do mundo que deve de ser combatido.
Micael inspira-nos também a reunir a nossa coragem para lutar contra nossos próprios dragões e os dragões do mundo que precisam de ser combatidos. E nestes últimos tempos como nos tem desafiado...
Ao acordar a nossa consciência, podemos superar o mal no mundo, a covardia e o egoísmo para que possamos preparar-nos para a nova luz do Natal (o solstício) o que virá. Terás tu coragem de olhar os teus dragões pessoais nos olhos?
Micael é frequentemente retratado nas pinturas com uma espada e uma balança. Com a espada Micael vence o dragão e com a balança ele pesa o bem e o mal um contra o outro.
A balança representa também o caminho do equilíbrio. Um equilíbrio no campo de todos os desafios que a vida tem para nos oferecer. E é precisamente nesta época do desenvolvimento da humanidade que o equilíbrio de Micael pode ser mais exigido. Num mundo onde por um lado as pessoas se deixam levar pelas suas emoções, e pelo egoísmo e, por outro lado, se endurecem e se contraem em certezas materialistas, um meio-termo feliz é necessário.
São Jorge
Além das histórias sobre o Arcanjo Miguel, há também as histórias heróicas do cavaleiro S.Jorge. Ele luta na terra a mesma batalha que Micael tem no céu. Um dragão feroz torna impossível que as pessoas vivam em paz, ao ponto de uma princesa tem que ser sacrificada. O cavaleiro S.Jorge vai para a batalha com muita bravura, ele vence o dragão e liberta a princesa. (um criativo exemplo da história aqui)
A princesa simboliza a alma pura que deve ser preservada nas pessoas.
S.Miguel e São Jorge ensinam-nos a ser corajosos. Além disso, lembram-nos que a nossa força de vontade é necessária - força de vontade necessária nesta época do ano para nos prepararmos adequadamente para os dias sombrios do ano. Dias que podem vir acompanhados de solidão, rigidez interior e melancolia invernal. Para oferecer uma força contrária a esse peso, é necessário atiçar o nosso fogo interior.
O número crescente de velas que acendemos durante o outono, a caminho do Natal, é um símbolo de nossa crescente luz interior ( falaremos disso mais adiante no ano).
Festival das Colheitas
A roda e provas de Micael na escola Waldorf
Para as crianças pequenas, o tema do dragão por vezes é um pouco emocionante demais. Por esse motivo, dá-se mais atenção ao festival das colheitas nas salas de creche ou do jardim de infância durante o período de Micael. Pois várias colheitas estão a ser removidas da terra e a terra está a preparar-se lentamente para o inverno.
No jardim de infância as nossas crianças por vezes fazem apenas uma pequena roda de Micael durante o tempo de preparação da festa. Tanto os meninos como as meninas podem experimentar o que é ser o cavaleiro ou a princesa, nesta roda.
Mas a tradição é que até 29 de setembro, as crianças mais velhas do Jardim de Infância, 'forjam' pequenas espadas de madeira, e em muitas salas há também uma balança onde de um lado se coloca um contrapeso (pedra) que, ao longo de vários dias é superado pelo ouro (pedras de "ouro") que as crianças vão colocando do outro lado, sempre que fazem algo corajoso.
Trabalhar com madeira, raspar, serrar, furar e polir é uma atividade maravilhosa no jardim de infância, e as crianças mais velhas sentem-se especialmente realizadas. Há escolas em que os educadores não estão à vontade com as espadas. Então, fazem capas douradas, tingidas com "ouro" .
Mas nós sentimos que há uma certa inquietação nas crianças mais velhas. Existe uma necessidade dos arquétipos do herói que vence o mal e do cavaleiro que é valente e verdadeiro não fica satisfeita a nossos ver, somente com capas. (mais sobre o assunto aqui)
A vontade emergente das crianças busca resistência, elas precisam domar o dragão. Vemos isso lá fora enquanto esses meninos se deleitam em empunhar espadas contra o ar ou a terra, na caixa de areia ou perseguem um dragão. Eles precisam da sua vontade activa, e por isso fazemos provas de Micael em muitas escolas nesse dia. As crianças que fizeram a espada recebem-nas no fim dessas provas acompanhadas com um verso. Também é dado aos pais uma cópia do verso e pedimos a sua ajuda para manter este ambiente especial em casa para a espada.
E como já sabem nenhuma festa é completa sem uma refeição partilhada e o Pão do Dragão é sempre um sucesso por ocasião da festa de Micael, comido junto com uma deliciosa sopa das colheitas, com legumes cortados pelas crianças.
Desejamos a todos muita coragem e determinação para celebrar o vosso Micael!
Micael na Mesa da Natureza ou das Estações
Como dissemos Setembro e outubro são os meses das colheitas. Durante estes meses, fazemos duas cenas diferentes para a mesa anual que lentamente se fundem. Em setembro, um fundo amarelo escuro onde surge o trabalho dos agricultores: pode haver um moinho, sacos de farinha e grãos, espigas, abóboras, maçãs... Assim como alguns girassóis radiantes.
No final de setembro surge um cartão com a imagem de Micael com o dragão.
Quando desaparece a cena das colheitas no seu lugar vem uma bela espada, uma balança e/ou um dragão. Nesta passagem, também substituímos o pano amarelo por um fundo vermelho - a cor da força e da coragem!
Em outubro, todos os atributos de Michael desaparecem muito lentamente e as colheitas entram em casa.
Com as crianças muitas vezes faz-se sumo de maçã no jardim de infância, as maçãs e o sumo caseiro geralmente dominam as mesas das estações na Europa do Norte. Também é comum surgir uma criança com um papagaio de papel na mão.
Para outras celebrações anuais, cliquem aqui.
Ideias para criar tradições em casa e celebrar Micael
Fazer uma sopa das colheita em que as crianças possam cortar todos os vegetais elas mesmas. Fazer umas espadas de pão ou dragões de pão com:
500 gramas de farinha,
10 gramas de sal,
25 gramas de fermento (dissolver o fermento seco em um pouco de leite morno com uma colher de açúcar),
aprox. 4 dl. água
um bom fio de azeite.
Deixar levedar uma hora
Decorar consoante a imaginação (ver o nosso Instagram para mais ideias)
Decorar a mesa com frutas, espigas de milho e folhas coloridas.
Colocar belos girassóis em casa.
Organizar um Dia de jogos de Micael onde as crianças possam testar a sua determinação, coragem e equilíbrio. Sugestões: uma trave para equilíbrio, um percurso com os olhos vendados, subir a uma árvore, saltar sobre algo, etc.
Cobrir potes de vidro com papel de seda vermelho, laranja e amarelo e folhas secas. Isso cria as pequenas lanternas para dentro e ou fora da casa.
Na Alemanha, os papagaios de papel são chamados dragões, e é por isso que lançar papagaios de papel se tornou uma tradição no festival de Micael. Controlar o papagaio de papel requer muita coragem e força quando se é criança.
Fazer um lindo dragão com uma meia velha. Encontre a descrição aqui.
Fazer um dragão de origami. Aqui encontrarás um bom tutorial.
Cozer ou Assar milho na espiga - saboreia as espigas com manteiga, sal e pimenta.
Comer e fazer compota com todas as amoras que puderem encontrar: - De acordo com uma antiga lenda irlandesa, as amoras não podem mais ser comidas após a festa de Micael. Pois, segundo a lenda, quando o diabo (Lúcifer) foi expulso do céu, ele caiu num arbusto de amoras silvestres. Ele então amaldiçoou esse arbusto, de modo que, a partir de 29 de setembro, as amoras silvestres estão amargas demais para se comer.
Poemas para a época de Michael
Para os mais pequeninos:
" Com força e coragem no coração
Todo o mal tem o seu fim.
Micael vai combater o dragão
Com a luz que há em Mim!"
&
"Quando for grande
Quando for forte.
Tão forte como um leão,
Vencerei no bosque
O terrível dragão!"
ou
Para os maiores:
"Com clareza no pensar
Posso enfim iluminar
Aquilo que na minha alma
No escuro se ocultou.
E que coragem há que ter
Ao então reconhecer
Que o dragão ali criado
Somente por mim pode ser transformado."
Elisa Manzano
" Lá para os lados do sol poente
Vizinha de uma nascente Existe uma árvore idosa
Cuja copa é bem frondosa É lá que os passarinhos preferem fazer os seus ninhos Moram lá joaninhas, besouros e lagartinhos. Há também maçãs vermelhas e uma coruja velha Sua sombra no verão é suave proteção No outono bondosa se enche de fruta gostosa No inverno se há geada acolhe a bicharada E na primavera, cheia de frescor
Ela se enche de flor. Mas seu maior segredo, Ouçam bem, não tenham medo, Que ela guarda com cuidado,
Este mistério encantado, Onde a planta encontra o chão
É a casa de um anão. Lá ele tem a sua morada
Bem arrumada e sossegada. Sua casa é bem pequenininha
Tem um quarto e uma cozinha. Tudo é pequeno: a cama, o colchão, até o tapete que fica no chão. Tudo é miúdo: fogão e panela, mesa e cadeira, porta e janela. Meio pedra, meio raíz,
Lá ele vive feliz. Este anão trabalha bastante
Com a força de um gigante Anda sempre pela floresta olhando tudo o que presta. Olha pro bicho, grande ou pequeno, de pena ou de pelo, feroz ou sereno. Olha p'ras plantas, p'ro caule, pra flor
Recolhe os frutinhos que tem sabor. E come sentado num cogumelo,
Balança a perninha, sacode o chinelo.
Trabalha também lá nas minas
Onde esculpe as pedras mais finas, Quartzo, topázio, turqueza, ametista,
Faz lindos desenhos, como um artista. Cintila a prata, brilha o ouro, zela sempre por este tesouro. Volta pra casa quando finda o dia,
Acende a lareira se a noite está fria. Dorme tranquilo à luz do luar E ronca bem alto se está a sonhar." Poeta da Comarca D'el Rei.
Extraído do livro Recadeiro do Reino de Além-Véu, de Luciana Betti
Histórias com Michael e a época da colheita
As histórias mais apropriados para a época de Micael são histórias sobre força, ser capaz de encontrar o equilíbrio e ser corajoso. Em termos que as crianças conseguem entender, estas histórias e versos transmitem a mensagem de que temos a capacidade de permanecer com serenidade diante dos desafios da vida. Que cada momento é um momento de decisão e podemos escolher agir com coragem, imbuir tudo o que fazemos com cuidado e invocar o nosso próprio poder interior ou vontade de perseverar.
Alguns exemplos podem ser encontrados aqui:
1. A filha do rei - História para a Época de Micael
Foi assim, num reino não distante daqui, era outono e a filha do rei esperava pelos camponeses que trariam as colheitas dos seus campos. Naquela época os camponeses presenteavam o rei com os seus melhores frutos na “Festa das Colheitas”.
Acontece que daquela vez a filha do rei esperava em vão. Ela olhava pela janela da sua varanda e lá distante na vila não via ninguém. Estava tudo quieto, os camponeses não voltavam. Esperou, esperou e depois de muito esperar começou a ver algumas pessoas a se aproximar. Porém, todos estavam tristes e nada carregavam nas mãos, não traziam os cestos com frutos.
Os camponeses chegaram ao castelo e o rei que os aguardava desejou saber o motivo de tal tristeza. Eles então contaram que numa caverna nas montanhas morava um dragão muito feroz que cuspia fogo pela boca. Nesse dia, o dragão desceu da montanha e com seu fogo queimou toda a plantação e porque nada havia sobrado, eles iriam passar fome.
O rei ordenou que os melhores e mais corajosos cavaleiros do reino fossem à procura do dragão. Os cavaleiros seguiram em marcha até lá, porém o fogo e o ar quente que saíam pela boca do dragão derretia as suas espadas. Os cavaleiros fugiram para não serem também queimados, mas antes perguntaram ao dragão o que ele queria para deixá-los em paz. O dragão respondeu que queria a princesa, com isto ele os deixaria em paz.
Tristes os cavaleiros voltaram ao reino e informaram o rei de tudo o que acontecera. Um grande silêncio e tristeza cobriram o reino.
A princesa gostava muito de brincar no jardim, mas tinha muito, muito medo de sair do castelo, porque lá fora poderia encontrar animais selvagens e ferozes. No entanto, por bondade e condoída com a pena do povo, encheu-se de coragem e disse: “Pai, permita que eu vá, eu tenho coragem”.
Inicialmente o rei não queria deixar, porém a princesa insistiu tanto que ele deu a sua permissão. Mas os cavaleiros deveriam acompanhá-la.
A filha do rei vestiu-se com seu vestido todo branco bordado e seguiu para a floresta. As nuvens juntaram-se no céu, este escureceu anunciando uma grande tempestade. Mesmo com medo, ela continuou o seu caminho.
O bafo quente do dragão já podia se sentir, mas a princesa continuava a aproximar-se, olhou para o céu e cantou uma canção para ganhar força e coragem. De repente, o céu abriu, as nuvens dissiparam e ela pode ver o Arcanjo Micael com a mão levantada segurando uma grande espada feita com o ferro das estrelas cadentes. Naquele momento, todas as estrelas do céu se direcionaram para a mão da princesa formando uma luminosa espada. A jovem filha do rei, com a sua voz meiga e decidida, cantou com sua espada de luz na mão e o dragão não aguentou ouvir uma voz tão bondosa, bela e forte. Não aguentando e muito assustado, saiu a voar para bem longe e nunca mais voltou.
Os cavaleiros, vendo o que aconteceu correram até a filha do rei, e com ela se dirigiram de volta ao reino do seu pai. O rei abraçou a filha com grande gratidão e amor.
Os camponeses voltaram para suas casas, colocaram roupas de festa e procuraram no fundo das suas despensas a comida que ainda tinham. Levaram tudo em grandes cestos para o palácio para realizarem a grande festa.
Desde então eles não tiveram mais medo de passar fome pois a filha do rei ajudára-os a vencer o dragão com sua coragem.
2. A Lenda de São Jorge. A conhecida história de como o Cavaleiro vence o dragão e liberta a princesa. ( video em cima)
3. João de Ferro. O conto de fadas de Michael para crianças a partir dos de 5 a 6 anos de idade dos Irmãos Grimm. Senão tiveram a compilação dos contos encontam-no aqui.
E a seguir à época de Micael começamos a época dos anões e do outono.
Aqui fica um miminho deste época que as crianças adoram ( e nós também), querem saber porquê?
O Pequeno Homem de Outono
Aconteceu que num dia quente de setembro o vento leste, sem se dar conta, arrastou consigo um homenzinho. A sua cabeleira era vermelha como fogo e sua barba também. Ele vestia um casaco de mil cores. Os gnomos e os elfos chamavam-lhe Pequeno Homem do Outono. Ninguém sabia de onde vinha, mas o aparecimento do homenzinho sempre desencadeava os grandes preparativos para a viagem. Após a sua chegada, todos se preparavam para marchar para a terra. Era divertido assistir ao homenzinho do outono, agarrado às dobras do casaco do vento. Ele olhou à volta com olhos negros felizes. Quando o vento leste passou sobre uma amora silvestre, o homenzinho saltou e pulou sobre uma folha de amora silvestre. Ele suavemente acariciava com os seus minúsculos dedos e ásperos as suas folhas e lentamente o verde mudou para um vermelho profundo. Ao lado do arbusto estava uma lagarta a apanhar banhos de sol, e riu com prazer, como os lagartos riem, ao ver aquela mudança maravilhosa, até a própria amora parecia gostar da pintura encantadora que homenzinho do outono fizera pois estendeu alegremente os seus ramos ao pequenino homem de mãos ásperas multicolorido. Logo muitos ramos ficaram pintados de um vermelho profundo e brilhante; alguns tinham apenas uns pontos e manchas amarelas no verde das folhas, mas isso não satisfazia o homenzinho. Agilmente, ele saltava sobre uma árvore que crescia ao lado da amoreira-preta numa encosta e, folha após folha ele transformou a cor das folhas num amarelo brilhante. A árvore ficou feliz com o seu novo esplendor e os raios do sol dançavam entre os galhos e iluminavam a árvore dourada. Assim, o homenzinho saltou de ramo em ramo, de árvore em árvore e transformou toda a floresta. Às vezes, ele pulava até ao topo de uma árvore e tingia-a de ouro, outras vezes ele sussurrava às folhas verdes:
- Eu virei ter com vocês mais tarde, não fiquem tristes. As folhas moviam-se com o vento, elas conheciam o homenzinho e sabiam que ele manteria a sua palavra. Assim, durante muitos dias ele dedicou-se a este divertido jogo. De vez em quando, o outono olhava por entre as árvores e observava sorridente o seu fiel ajudante. Mas, de repente, novembro chegou e trouxe consigo a neblina, as chuvas e o frio. O esplendor desapareceu. As folhas castanhas caíram silenciosamente no chão. Todos os animais se esconderam nas suas tocas e esconderijos protegidos. Os pássaros esconderam-se nos seus ninhos. Ainda ontem, o velho corvo tinha visto o homenzinho do outono - Mas hoje ele desaparecera- Para onde teria ido? Ninguém sabe. No entanto, todos sabem que no próximo ano ele virá novamente. adaptado e traduzido da história El Hombrecillo del Otono
Em baixo, a celebração de Micael na escola primária... querem saber mais sobre estas celebrações?
Se sim, respondam nos comentários ou entrem em contacto pelo nosso Instagram.
E deixamo-vos com o verso de Steiner, o pai da pedagogia Waldorf para esta época do ano, acreditamos que não é por acaso que começamos o ano lectivo nesta época, pois todos os anos prometemos vencer e dominar os nossos dragões, juntamente com as nossas crianças e suas famílias.
Bom ano a todos, um corajoso Micael!
Temos que erradicar da alma todo medo
e terror do que o futuro possa trazer ao homem.
Temos que adquirir serenidade em todos
os sentimentos e sensações a respeito do futuro.
Temos que olhar para a frente com absoluta equanimidade para com tudo que possa vir.
E temos que pensar somente que tudo o que vier nos será dado por uma direção universal plena de sabedoria.
Isto é parte do que temos de aprender nesta era, a saber: viver em pura confiança. sem qualquer segurança na existência; confiança na ajuda sempre presente do mundo espiritual.
Em verdade, nada terá valor se a coragem nos faltar.
Disciplinemos a nossa vontade e busquemos
o despertar interior todas as manhãs e todas as noites.
Rudolf Steiner (Bremen 27.11.1910)
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