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Foto do escritorSara & Felipa Educa_são

Valorizar a Espera: Tradições e Significados do Advento

Atualizado: 4 de jan.


Advento, o tempo da espera, da esperança, da expectativa adiada. Vimos hoje aqui partilhar convosco como esta é uma época tão importante do ano e por que não devemos desperdiçar o Advento, principalmente se temos seres humanos pequeninos nas nossas vidas.


Todos sentimos, uns mais que outros, que quando se dá a mudança para o horário de Inverno, levamos algum tempo a acostumar-nos a esta época, em que escurece tão rápido. Em que os dias estão a ficar cada vez mais curtos. Em que muitos saem de casa na escuridão e regressam na escuridão. Em que sentimos, por isso mesmo, que o tempo nos foge. No entanto, esta escuridão vem todos os anos e, queríamos recordar, que ela nos ensina sempre algo. Com a sua vinda, aprendemos a reconhecer a nossa própria luz interior. Este é o período do ano em que nos vamos voltando lentamente para dentro. Nas quatro semanas com os dias mais escuros do ano, a luz acende-se em cada um de nós, e nos recorda sempre do que é verdadeiramente importante para nós nesta vida.


O Advento é na realidade um festival de quatro semanas, as quatro semanas que antecedem o Natal e o Solstício de Inverno, começando na quarta-feira antes do primeiro domingo de Advento. Muitas religiões celebram a mesma mensagem neste período do ano; são os festivais do retorno da luz. Entre esses festivais estão o Solstício de Inverno, Eid al Adha, Kwanzaa, Hanukkah, Diwali, e o mais conhecido para nós, o Natal. O que mostra a importância intercultural desta época do ano.


O Advento é, por isso, um tempo mágico, cheio de expectativa, e como tal uma celebração muito importante para nós. As quatro semanas antes do Natal são um período de expectativa. Estamos literalmente e figurativamente à espera pelo Natal. Adventus, do latim, significa 'vinda', 'chegada', 'aparecimento'. Durante este período costuma-se então fazer a contagem regressiva até ao Natal. A festa em que se celebra um nascimento muito especial, de uma criança divina, o menino Jesus (para os cristãos), símbolo de um novo nascimento, uma nova vida, uma nova Luz, ou seja, um novo recomeço no novo ano que se anuncia.


Nesta era da humanidade em que vivemos, marcada pelo consumismo e excessos, torna-se fácil esquecer o simbolismo do que festejamos, a magia de cada época do ano, a razão de todas estas celebrações e tradições terem sido criadas ao longo dos séculos.


O Advento é, por si só, a época mais contracultural que celebramos. A celebração da espera numa época de imediatismo. Quando temos uma sociedade que nos olha com desconfiança por não começarmos a ouvir música natalícia no dia seguinte ao São Martinho, ou por não montarmos a árvore a meio de novembro. É difícil passar a mensagem de que é por adorarmos o Natal que sentimos que vale a pena esperar e usufruir do desenrolar rítmico desta época.


O Advento coloca-nos então naquele tempo de espera, naquele tempo de expectativa, naquele tempo de preparação. Mas depois de quatro semanas de espera – se realmente esperámos bem – tudo o que virá será maravilhoso, cheio de esperança, e o melhor é que a jornada, que nos levou até lá, já o foi!


Temos pais constantemente a pedir dicas e estratégias em como ensinar a esperar, a adiar a gratificação, etc. Pois aqui têm uma das muitas formas em como podemos modelar a espera e valorizá-la perante as nossas crianças!


Como sabem, se já nos acompanham há algum tempo, ensinar crianças raramente é um processo direto. As crianças beneficiam mais, aprendem mais profundamente e com mais autoconfiança, se virmos o nosso papel como pais/educadores como sendo os facilitadores do seu desenvolvimento, em vez de assumirmos a responsabilidade de tentar ensiná-los ativamente coisas como: paciência, capacidade de espera, gestão de frustração, resiliência, empatia, gentileza com os outros, entre outras. Mas, todas estas características, estão diretamente ligadas a esta época do ano.


Portanto, como já vos dissemos, não temos muito poder para ditar o desenvolvimento da paciência, e de todas as outras características que descrevemos. Mas, temos uma ferramenta de ensino importante à nossa disposição: o modelar, a imitação. E o mais bonito e interessante é que: quando tentamos ensinar, muitas vezes, podemos modelar o oposto do que queremos que as crianças aprendam... mas, quando modelamos, porque vivemos na realidade o que queremos transmitir, não só este ensinamento é feito organicamente, como nós próprios reaprendemos a estar mais conscientes e presentes, ou seja, todos ganham!


Como modelamos a paciência, o saber esperar? De uma forma natural e através da relação. Quando estamos a ser pacientes, na verdade não estamos a fazer nada, certo? Portanto, não é uma habilidade que temos que aprimorar para sermos pacientes, mas sim uma mentalidade que temos de incorporar. É a mentalidade de deixar ir e confiar, de viver no momento.

Mas, para muitos pais, acreditamos que dizer isto é como se estivéssemos a pedir o impossível. Pode lhes parecer que lhes atamos as mãos e amordaçamos a boca, ao dizer: não fazes nada... apenas és! Entendemos o quão desafiador isto é. Mas é mais fácil do que parece. E o importante é: sermos pacientes... com nós próprios! (Parece brincadeira, mas não é!)


Reaprender a celebrar as épocas do Ano é uma ferramenta ótima para modelar o viver no momento, a espera, a gratificação adiada. E o Advento é a época por excelência para o fazer, ele é o símbolo da Espera!


Acreditamos que possam ter escutado isto muitas vezes, mas o que mais importa quando iniciamos este processo é percebermos qual a nossa relação com o ritmo. Se ando sempre a correr, e repito dez vezes numa manhã: "despacha-te, temos pressa ou, vamos chegar atrasados...", como podemos esperar que a criança se sinta paciente, com capacidade de esperar? Se tudo em nós e, consequentemente, todo o seu ambiente grita urgência?

Modelar a paciência, a capacidade de espera, a gratificação adiada, está diretamente ligado a como nós próprios conseguimos ser (ou somos) naturalmente pacientes. E, como vivemos, ou não, ritmicamente as nossas vidas.


Se temos tendência para o preciso, o exato, o perfeito... talvez até o rígido, talvez precisemos de aprender a soltar-nos um pouco. Pensar em nos divertir mais, ser mais fluidos, seguir a corrente, rir mais... Se tendemos a ficar perdidos, a ter pouca estrutura nos os nossos dias ou semanas. Se somos daqueles que podem chegar ao final do dia e não almoçaram, ou esqueceram-se de dar de comer ao cão... que ficaram sem roupa lavada, e sem tempo sequer para respirar... Possivelmente precisamos de fortalecer a nossa autodisciplina. Estabelecer pequenas metas para o dia e tentar cumpri-las. Mas, a maioria de nós, encontra-se no meio termo, o que temos então é de reaprender a parar e observar, sentir como estamos

, na realidade, a viver.


O ritmo é realmente uma questão de equilíbrio, de encontrar o nosso próprio. Encomendar a nossa maneira de respirar durante o dia, a semana, o ano; de estar calmo e presente e trazer uma consciência atenta para as nossas vidas e com as crianças. O ritmo é um fluir, uma sensação de que entramos e saímos dos momentos energeticamente, de acordo com as necessidades do dia, da semana, da época, etc. Ritmo é também encontrar o momento de descanso, um tempo para regressar depois de algo mais estimulante.

E, para tal, devemos começar a encontrar o nosso ritmo nas celebrações dando passos de bebé, um de cada vez... Temos de pensar em vários aspectos:

- Qual é a estrutura da nossa vida agora?

- Podemos/queremos encaixar/largar determinada atividade?

- Esta atividade faz sentido para a nossa família?

- Que mensagem passam as nossas tradições?

-Porque é determinada tarefa, tradição, importante para mim/nós? É algo que nos traz harmonia ou caos?


A verdade é que muitas tradições foram assimiladas ou deixadas, sem nós termos tomado consciência verdadeiramente delas. Mas podemos (e devemos, a nosso ver) sempre repensar as mesmas, quando estas implicam os outros a nosso redor e a transmissão de valores.


Fixarmo-nos numa mas torná-la nossa, e com sentido, é muito mais benéfico que termos imensas em que o sentido se perdeu. O importante não é fazer tudo e bem, nem ter a casa/sala decorada como a capa da revista, ou as fotografias para o Instagram, o importante é viver o que se faz. E como tal, priorizar o bem estar de todos, a harmonia, em vez da quantidade, é algo fundamental. Porque se andarmos a correr, sempre a tentar realizar tudo o que imaginamos, ou impusemos como meta, na maioria das vezes, resulta em ficarmos sem fôlego e deixarmos de viver na realidade o momento. Quando estamos muito focados na agenda e no que vem a seguir, não conseguimos relaxar e aproveitar o momento, e perdemos então de novo a modelação. Por isso o importante é encontrar um ritmo que flua! Esta é a chave para uma vida mais harmoniosa, especialmente com crianças. Pois as crianças beneficiam fortemente de uma vida rítmica e previsível. Por isso, para aqueles que trabalham com crianças pequenas, em creches e jardins de infância Waldorf, e/ou em casa como educadores dos nossos filhos, o primeiro passo é sempre termos um ritmo do dia, um ritmo da semana e um ritmo do ano.


Este é o primeiro ensinamento da paciência e da espera: não ter de estar preocupado com o que vem a seguir, porque tudo flui, mais ou menos, naturalmente!

E começamos então pelo fim, que é ele mesmo um princípio.


Quatro domingos antes do Natal chega então a época do ano em que abrimos espaço nos nossos corações e nas nossas casas e escolas para acolher a criança natalina. Com tudo o que isto signifique, ou não, para cada um de nós.


E começa por aí, como já dissemos,... paramos para pensar que significa esta época para nós próprios, para a nossa família/grupo. Que queremos viver e partilhar nesta época do ano? Quem são as pessoas envolvidas? Como podemos viver isto neste grupo, família, escola, etc.?


Dentro da pedagogia Waldorf a questão que colocamos é: - Que movimento interior podemos trazer para receber este nascimento, a luz e o amor?

O primeiro gesto que podemos ter sempre, como pais/educadores, é acender a nossa própria luz e procurar com esta, ajudar a acender a de outra pessoa. E isto começa por revisitar as nossas intenções. Por isso, para nós é tão importante perpetuar estas tradições e criar este ambiente de expectativa e significado para as nossas crianças. E nunca é demais lembrarmos porque fazemos o que fazemos. Todos os dias, esta é uma das ferramentas, senão "a ferramenta" mais importante do nosso trabalho como educadores: -A intencionalidade da nossa ação é fundamental.


No nosso artigo do ano passado, já falámos sobre os vários símbolos e tradições desta época do ano. Se tiverem interesse, consultem-no para (re)descobrir a simbologia desta época.


Então, como podemos incentivar e valorizar a espera e a paciência durante as celebrações do Advento?




Tomemos como exemplo o calendário do Advento, no qual se abre um compartimento todos os dias a partir do primeiro domingo de Advento, ou desde o dia 1 de dezembro até ao dia 24 de dezembro, véspera de Natal. Este calendário pode ser preenchido com atividades para se fazer até ao Natal, figuras para o presépio, decorações para adicionar gradualmente à árvore de Natal, ou até mesmo a expectativa pela imagem que surgirá a cada dia. Estas são todas formas de construir a celebração, em vez de simplesmente apresentar o produto final.






Outro exemplo é a coroa do Advento, na qual uma vela é acesa todos os domingos antes do Natal durante as semanas do Advento. Na primeira semana, acendemos uma vela diariamente, na segunda semana duas velas, e assim sucessivamente, permitindo que a luz se intensifique progressivamente. Existem quatro velas ao todo, sendo que todas são finalmente acesas no dia de Natal. As velas podem ser colocadas numa coroa ou em linha, como numa mesa de estações.












A MESA DO ADVENTO


Antes de prosseguirmos, vamos (re)lembrar os fundamentos da visão antroposófica desta época do ano. No mundo, reconhecemos quatro reinos diferentes. São eles: o reino dos minerais, o reino vegetal, o reino animal e por fim o mundo humano. E é através destes quatro reinos que é feita também a caminhada de Maria e José.


Semana 1: A jornada até a Manjedoura (o mundo dos minerais)


Na primeira semana da jornada de José e Maria, eles atravessam o deserto, a terra estéril. Também chamado Império / Mundo dos Minerais e das pedras. Assim representamos esta semana colocando areia, pedras e/ou cristais na mesa das estações. De acordo com a visão antroposófica, o mundo mineral está ligado ao corpo físico, aos nossos ossos e tecidos (corporais). Por isso, na primeira semana do Advento, começa a construção com o mundo mineral. Este mundo mineral representa, como dissemos, o corpo físico. Fazemos isto colocando os tesouros minerais na mesa das estações. Podem ser lindas pedras, cristais, mas também conchas ou areia. É bom usar essas pedras para formar um caminho ao longo do qual José e Maria podem seguir seu caminho até o estábulo.

Outro aspecto é não esquecer de pendurar o anjo acima do estábulo. Isto como tudo, é uma escolha. Um anjo é um ser divino, não um ser humano de carne e osso. Por isso consideramos que já deveria estar visível na mesa do Advento. Além dele anunciar a vinda do menino Jesus, nesta semana. Uma bela estrela dourada acima do estábulo também é escolhido por muitos.


NOTA: Em cima encontram a foto da primeira semana da mesa do Advento pronta. Na próxima semana acrescentaremos a foto com o reino vegetal.



Semana 2: A viagem pelo reino vegetal


Na segunda semana da jornada de José e Maria, eles passam por um oásis, plantas verdes crescem ao seu redor. Esta semana colocamos então as plantas, musgo, e ramos de pinheiro na mesa. Na imagem quádrupla do homem de Steiner, este mundo vegetal representa o Corpo Etérico, que está ligado à nossa vitalidade, vida e vigor.. Musgo pode ser colocado ou belas ramos de abeto ou pinheiro. Muitos acrescentam uma poinsétia (estrela de Natal) que fica muito bonita na mesa do Advento, mas também ramos de azevinho com bagas.


Por ser esta a semana do Reino vegetal, muitas famílias só trazem para as suas casas a árvore nesta semana e, em muitos países nórdicos, isso também acontece pois separam esta celebração da de São Nicolau. Como tal a árvore só surge em suas casas depois do 6 de Dezembro, que coincide geralmente com a segunda semana do advento.


Semana 3: Acolher os animais


Na terceira semana os animais chegam, José e Maria são acompanhados por ovelhas no campo. Ao longe, os pastores vigiam estes animais. Pode-se colocar um boi no presépio. O burro já se encontra desde o início acompanha Maria e José na sua caminhada O mundo animal está ligado ao corpo astral na quádrupla imagem do homem. Os animais têm instintos e podem expressar sentimento. É por isso que o corpo astral é traduzido como o nosso mundo de sentimentos e emoções. Outros animais também são muito bem-vindos, como pássaros. No Paraíso todos os animais viviam juntos em paz, algumas pessoas imitam isso colocando todos os tipos de animais diferentes pacificamente um ao lado do outro.


Semana 4: O fim está próximo, os anjos cantam!


Quando chega o quarto domingo do Advento, as pessoas finalmente aparecem na mesa do Advento. As crianças estavam ansiosas por isso! É preciso lembrar que José e Maria iniciaram a sua caminhada no primeiro domingo do Advento, e avançam um pouco mais a cada dia. Os pastores cuidam das suas ovelhas e a criança desce do céu nos braços do anjo. Com isso representamos o ego de acordo com a imagem quádrupla do homem o "Eu". O homem é um indivíduo com uma personalidade. O homem é capaz de refletir e tem (auto)conhecimento. Isso distingue-nos dos animais.


Na manhã de Natal


Na manhã de Natal, o orgulhoso pai José e a orgulhosa mãe Maria, estão no estábulo/manjedoura com a tão esperada criança divina. O milagre nascido jaz na manjedoura entre a palha. A bela estrela brilhante pode ser pendurada. Todos querem admirar a criança, os pastores, os anjos e alguns animais vêm admirar a criança. No Extremo Oriente também há três outras figuras, os três reis que se colocam a caminho do menino. Esses três senhores chegam só no dia 6 de janeiro.


A forma como fazemos a mesa das estações/época depende sempre do que faz sentido para nós. Não há regras ou padrões fixos. Todos podemos interpretá-la da forma que nos fizer sentido. Basta ser criativo e deixar o nosso coração falar!

No entanto, até aos sete anos, pelo menos, as mesas nunca são feitas em frente às crianças para lhes trazer um aspecto mais mágico, e de maravilhamento. No entanto as crianças podem contribuir para a mesa, trazer pedras, conchas e cristais, plantas, etc...


Desejamos a todos um feliz tempo de Advento! Cuidem uns dos outros e do vosso entorno, desfrutemos a calma e a espera! Que este advento possamos oferecer tempo vivido em consciência às nossas crianças e a nós mesmos.

Em baixo deixamos um pequeno presente de Natal para vós, esperamos que gostem. 💛

FESTAS FELIZES!✨





CONTO PARA A MESA DAS ESTAÇÕES

1ª semana do Advento

2022 -28-11 a 22-12-2


Celebramos a primeira semana do Advento com o primeiro episódio da história do Natal. Nas janelas está o céu estrelado, a casa está envolta em azul e na mesa da estação está um estábulo vazio e as cabanas de Nazaré.

A coroa do Advento foi feita e colocada sobre a mesa no centro da roda da manhã.

Quando começa a abertura da manhã, acendemos a primeira vela da coroa e cantamos:

"Advento, advento uma luz cintila..."

Tocamos a lira e cantamos a canção dos bons-dias.


Em seguida, comemos a fruta. Isso é seguido pela primeira parte da história de Natal, onde a mesa da estação se torna num teatro de mesa.

A história é contada para as crianças enquanto as figuras na mesa da estação são, por vezes, movidas. Além disso, acompanhamos com gestos (palavra falada).


“Numa terra distante, numa pequena aldeia, vive um carpinteiro. Na sua casa ele tem uma bela oficina. Lá (fazendo os gestos) ele martela mesas e cadeiras, bancos e camas para as pessoas da sua aldeia. Às vezes alguém vem ter com ele e pergunta: "José, podes fazer-me um armário?"

José então constrói um lindo armário de madeira no qual decora as portas com pássaros e cornucópias e flores da com a mais fina escultura em madeira.

Uma jovem mora noutra casa na aldeia. O nome dela é Maria. Maria ocupa-se muito bem de sua casa. Todos os dias ela faz as camas e limpa a casa. À noite ela cozinha uma grande panela de sopa.

Às vezes José (vai até Maria) vem comer uma tigela de sopa com Maria, porque José e Maria amam-se muito e gostariam de se casar.

Uma noite, Maria estava sentada na frente de sua casa. Ela estava sozinha. Já estava escuro, quando de repente tudo se tornou leve e quente a seu redor.

Um anjo apareceu (anjo por trás dela a voar e coloca-se na frente de Maria) a Maria e disse-lhe que ela ia ter um bebé. Um bebé muito especial. Mas para ela não se preocupar. (agora o anjo voa de volta)


Maria está muito feliz com o que o anjo lhe disse e à noite ela sonha com o novo bebé que vai nascer.

(CONTINUA NO FIM-DE-SEMANA)

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UMA PEQUENA HISTÓRIA DE ADVENTO:


Maria atravessou o céu, passou pelo sol, pela lua e pelas muitas estrelas.

Todos eles acenaram gentilmente para ela.

Maria olhou para a terra e viu como ela estava escura de novo.

Ela então, vestiu o seu lindo manto azul e pensou: "Está na hora de enviar o Menino do Natal para a terra, para o coração dos homens."


Maria passou então pelas estrelas, o sol e a lua.

“Queridas estrelas, podem me ajudar a tecer uma camisa para o menino Jesus?”

'Sim', todas as estrelas assentiram e deram-lhe fios da estrela dourada.

E também pediram ao sol e à lua para oferecer todos os dons da sua luz.


Maria teceu uma camisa linda e brilhante com todos aqueles fios preciosos e com as suas mãos macias.

Quando ficou pronta, ela colocou-a no seu bebé, que brilhou com uma grande luz quente.


E nesse momento os sinos tilintaram e os Anjos cantaram para trazer o menino Jesus de volta à terra.

Terminaram todos cantando:

"Sobre Estrelas, Sobre Astros, vai Maria a passear,

Ouro Puro e Luz Alegre ao seu Filho vai levar,

O seu Passo Santo e Leve, as Estrelas vem olhar,

E a Noite Santa orvalha o que sua Mão preparar"...

Karl Schubert




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CONTO DE ADVENTO DOS IRMÃOS GRIMM (PRIMEIRO CICLO) O DINHEIRO DAS ESTRELAS ERA UMA VEZ UMA MENINA pequena a quem morreram pai e mãe e era tão pobre que já não tinha quartinho onde viver, nem caminha onde dormir e por fim já só tinha as roupas do corpo e um pedacinho de pão na mão que um coração piedoso lhe oferecera. Mas era boa e devota. E como fora abandonada pelo mundo inteiro, foi para o campo confiando no bom Deus. Encontrou um homem pobre, que disse: «Ai, dá-me alguma coisa para comer que estou tão faminto. Ela deu-lhe o pedaço inteiro de pão e disse: «Deus te abençoe.» E continuou a andar. Veio então uma criança que se lamentava e disse: «Tenho tanto frio na cabeça. Dá-me alguma coisa com que a possa cobrir. Ela tirou o seu capuz e deu-lho. E após ter caminhado mais um bocado, apareceu outra criança que não tinha casaquinho e estava gelada. Ela deu-lhe o seu. E mais à frente, veio outra que lhe pediu um vestidinho e ela deu-lhe o seu. Por fim, chegou a uma floresta, e já escurecera entretanto, e veio ainda outra criança e pediu-lhe uma camisa e a menina bondosa pensou: «Já é noite escura, ninguém te vê, bem podes dar a tua própria camisa. E tirou a camisa e deu-lha. E agora estava ali e já não tinha mais nada, quando de repente as estrelas caíram do céu e eram moedas duras e reluzentes. E apesar de ter dado a sua camisa, tinha agora uma nova vestida, e era do linho mais fino. Apanhou as moedas e meteu-as na camisa e ficou rica até ao fim dos seus dias



IMAGEM acima: Marie Laurie Viriot



FOTO DE CAPA: Markus Spisk na Pexels






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