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Espelhos do Desenvolvimento: Pais e Educadores na Era da Consciência e Integração Cerebral

Atualizado: 9 de jan.

Ser pai (figura parental) ou educador/cuidador hoje em dia, é mais desafiante do que em qualquer outra época. O que faz que muitos de nós se questione constantemente.


Sabemos por experiência que o melhor ponto de partida para encontrar a resposta a qualquer questão, é sempre começar de dentro para fora, o que quer isto dizer?

Primeiro cuidar da nossa vida interior, sem esquecer que fazemos parte de um todo maior e que estamos a enfrentar uma época difícil do Mundo, que nos traz uma série de questões, mas que devemos procurar paz interior e clareza do pensar, pois este é o maior presente que nos podemos oferecer e às nossas crianças. Muitos de nós Nunca é verdadeiramente confrontado com quem é, e com as nossas muitas questões existenciais, até ser mãe ou pai ou ter de estar envolvido no processo de guiar outro ser humano no aprender a ser.


As crianças têm o poder de se tornarem espelhos e de nos mostrar todas as nossas forças e fragilidades, por isso é tão importante termos consciência de nós para podermos ser bons modelos de imitação.

A boa notícia é que nunca foi tão fácil aprender sobre nós mesmos, de como funciona a nossa mente e a biologia humana, como nas últimas três décadas. Graças a evolução da ciência seja ela, neurologia, biologia, psicologia do desenvolvimento, ou outras, temos vários recursos que nos podem ajudar nesse caminho. E ao conhecer a criança estamos nós também no processo de descoberta e transformação. E, neste processo de guiarmos as nossas crianças no seu processo de aprender a ser, algo que consideramos fundamental é perceber ou lembrar como funciona a mente humana, como se desenvolve o nosso cérebro e com ele a nossa mente! Pois, sabendo a sua constituição e evolução, grande parte das respostas sobre a criança diante de nós são respondidas (e muitas vezes também sobre a nossa criança interior).

Muitos dos desafios diários dos pais e educadores/cuidadores resultam de uma falta de integração do cérebro da criança (para quem não sabe do que falamos, explicaremos mais à frente). E a razão pela qual o seu cérebro nem sempre é capaz de fazer a integração é simples: ela ainda não teve tempo para se desenvolver. Na verdade, possivelmente ainda há um longo caminho a percorrer, já que o cérebro de uma pessoa não é considerado totalmente desenvolvido até que ela chegue aos vinte e poucos anos. Este é um longo processo!


Então heis a má notícia: tens que esperar que o cérebro da criança se desenvolva. Não importa o quão brilhante consideres que a criança em idade pré-escolar é, ela não tem o cérebro de uma criança de dez ou mais anos, e não o terá por vários anos.


Segundo o Dr. Dan Siegel, a maturação do cérebro é amplamente influenciada pelos genes que herdamos entre outros fatores. No entanto, podemos influenciar o seu grau de integração através da nossa relação diária. Então a boa notícia é que, usando os momentos do dia a dia, podemos influenciar o quão bem o cérebro da criança cresce em direção à integração (pensamos que não é surpresa para ninguém).


" Mas a maioria de nós esquece o fato de que nosso cérebro tem muitas partes diferentes e com tarefas diferentes. Por exemplo, temos um lado esquerdo do cérebro que ajuda a pensar logicamente e a organizar os pensamentos em frases e um lado direito que nos ajuda a sentir emoções e a ler pistas não-verbais. Temos também um “cérebro reptiliano” que permite que atuemos instintivamente e tomemos decisões de sobrevivência em frações de segundo, e um “cérebro de mamífero” que nos leva a conexões e relações. Uma parte do cérebro é dedicada a lidar com a memória; outra a tomar decisões morais e éticas. É quase como se o nosso cérebro tivesse múltiplas personalidades - algumas racionais, outras irracionais; alguns reflexivas, alguns reativas. Não admira então, que possamos parecer pessoas diferentes em momentos diferentes! "A chave para o sucesso é ajudar essas partes a funcionarem bem juntas, ou seja - integrá-las. A integração liga as partes distintas do cérebro e ajuda-as a trabalhar juntas como um todo mas, como dissemos, este processo é longo. " (Dan Siegel e Tyna P. Bryson)


Pais educadores e cuidadores podemos ajudar a desenvolver os diversos elementos do cérebro da criança, oferecendo-lhes oportunidades para exercitá-los, ou seja, nós podemos facilitar a integração para que as partes separadas se tornem mais conectadas e funcionem juntas de maneiras poderosas. Mas isto não fará com que as crianças cresçam ou amadureçam mais rapidamente - simplesmente ajuda-as a desenvolver as muitas partes de si mesmas e a integrá-las. Estamos a falar sobre simplesmente estar presente, genuinamente presentes com as crianças. E assim, como resultado, elas irão prosperar emocional, intelectual e socialmente.

E, como nos dizem os especialistas, um cérebro integrado resulta em melhores tomadas de decisão, melhor controle do corpo e das emoções, num autoconhecimento mais pleno, em relacionamentos mais fortes e sucesso na escola. E tudo começa com as experiências que os pais e os outros cuidadores proporcionam, que estabelecem as bases para a integração e a saúde mental. Então como acontece isto?

Mini resumo sobre a anatomia do cérebro

Vamos começar por vos falar da anatomia do cérebro. O córtex pré-frontal (CPF) é a parte do nosso cérebro responsável por integrar todas as outras. Essa integração, como dissemos, dá-nos a capacidade de sermos emocionalmente equilibrados e auto-conscientes, responsivos em vez de reativos, intencionais com os nossos corpos, empáticos e intuitivos. O que a pesquisa demonstra é que o CPF é fortalecido nas crianças que apresentam padrões de vínculo seguro. O que quer dizer que a forma como as crianças se relacionam com seus cuidadores impacta a estrutura real dos seus cérebros, e não apenas os hábitos e comportamento aprendidos. A forma como tratamos as nossas crianças social e emocionalmente impacta-as fisicamente. Ou seja, a vinculação é fundamental! (ver mais abaixo)

O Dr. Siegel no seu trabalho realça que todos os pais/cuidadores podem ter um vínculo seguro com as crianças, independentemente de como foram as suas próprias experiências de infância. A chave para nós, como pais e ou cuidadores, é termos desenvolvido uma narrativa coerente sobre nossa própria educação. Ou seja, começar por nós, de dentro para fora, como ele tão bem explica. Esta é uma ideia poderosa porque significa que não estamos condenados a repetir padrões do passado e que, mesmo que tenhamos sofrido de uma vinculação insegura quando crianças, podemos fornecer um vinculo seguro às nossas crianças. Mas para isso importa trabalharmos isso em nós, caso contrário, corremos o risco de estarmos a perpetuar padrões. Ou seja, precisamos estar preparados para trabalhar em nós para o bem da criança.


Voltando ao cérebro, as diferentes regiões do cérebro, gerem diferentes funções - por exemplo, o lado direito do cérebro está associado à criatividade e ao pensamento geral, enquanto o lado esquerdo do cérebro é orientado pela lógica. Essas diferentes regiões trabalham tanto individualmente quanto em colaboração. No entanto, quando uma parte do cérebro começa a assumir o controle, perdemos o equilíbrio mental e emocional. Essa falta de integração faz com que tenhamos uma atitude "fora do normal" o chamado muitas vezes, "saltar da tampa" e, que nas crianças, leva a acessos de raiva, ansiedade irracional e mau comportamento geral. Em contraste, quando as diferentes partes do cérebro estão integradas, funcionamos da melhor maneira possível - social, mental e emocionalmente.


Por meio de uma abordagem do cérebro inteiro, podemos então aprender a reconhecer quando a mente da criança está desequilibrada e como conduzi-la de volta à integração. E, no processo a criança aprenderá sobre a sua própria mente e emoções, o que leva a benefícios a longo prazo, incluindo:


  • Maior autoconsciência e autocontrole emocional

  • Uma base sólida para uma vida inteira de estabilidade mental e emocional

  • Um relacionamento mais forte connosco, bem como um plano de relacionamentos saudáveis ​​para o resto da vida

  • Além disso, obtemos pistas sobre as nossas próprias emoções. Podemos aplicar muitas das mesmas estratégias sozinhos, de modo que não esteja apenas a ajudar a criança na integração, mas também a modelar comportamentos.

O papel dos hemisférios direito e esquerdo - ou, como são comumente chamados, o cérebro esquerdo e o cérebro direito.


O cérebro direito gere:

  • Emoções e intuição

  • Sensações físicas

  • Comunicação não verbal (como contato visual, gestos, tom de voz e expressões faciais)


O cérebro esquerdo gere:

  • Lógica

  • Linguagem

  • Ordem e sequências


O que quer isto dizer? Se, por um lado confiarmos demais no lado direito do cérebro, enfrentaremos uma inundação emocional, seremos bombardeados por sentimentos e sensações físicas, e incapazes de dar sentido a tudo isso. Por outro lado, se confiarmos demais no lado esquerdo do cérebro, acabaremos num deserto emocional no qual perderemos a compaixão, a empatia e a perspectiva geral.

Daí a importância da integração do cérebro, a integração horizontal entre os cérebros esquerdo e direito, ajuda-nos a usar a lógica e as emoções para compreender as experiências, os pensamentos e comportamentos e os das pessoas ao nosso redor.

No entanto, as crianças pequenas operam principalmente com o cérebro direito porque ainda não desenvolveram as habilidades para usar a lógica, entender o tempo, usar palavras para expressar os seus sentimentos, etc. A nossa função é ajudá-las a usar os dois lados do seu cérebro.


Além da integração horizontal entre os cérebros direito e esquerdo, é importante facilitar a integração vertical entre as regiões inferior e superior do cérebro - vamos chamá-los de cérebros de baixo e de cima. Imagina que o teu cérebro é uma casa de dois andares. O cérebro de baixo abrange o tronco cerebral e a região limbica, que estão localizados entre o topo do pescoço e a ponte do nariz.

O cérebro do andar de baixo controla as funções básicas, bem como as reações automáticas, permitindo-nos agir antes de pensar, o que pode ser crucial para a nossa sobrevivência e segurança.

O nosso cérebro lá debaixo controla as funções primitivas, como:

  • Ações automáticas (como respirar e piscar os olhos)

  • Emoções fortes (como medo e raiva)

  • Impulso de lutar ou fugir, permitindo-nos agir antes de pensar

O cérebro do andar de cima compreende as várias partes do córtex cerebral, que fica atrás da testa e logo abaixo do topo da cabeça. O cérebro lá em cima é responsável pelo pensamento de alto nível, permitindo-nos pensar no contexto, nas consequências e no impacto que as nossas ações podem ter sobre os outros. Esses processos incluem:

  • Pensamento analítico

  • Planeamento e tomada de decisão

  • Controlo emocional e físico

  • Autoconhecimento

  • Moralidade

  • Empatia

Uma mente que está verticalmente integrada é como uma casa com uma escada acessível conectando os cérebros de cima e de baixo. Mas estas escadaria leva muito tempo a ser construída e para isso contribui uma presença constante e amorosa dos cuidadores da criança e para esta construção ser sólida é importante uma vinculação segura com os adultos que cuidam a criança,

Então como podemos apoiar a vinculação e ajudar a uma construção sã do cérebro das nossas crianças?


O psicólogo do desenvolvimento canadiano, Gordon Neufeld, delineou os seis estágios de apego/vinculação para explicar o desenvolvimento do Vínculo em crianças.


Como pais e/ou educadores ou cuidadores, estes estágios são úteis para sabermos como proporcionar uma parentalidade ou cuidados responsivos que atenda às necessidades emocionais e de apego das crianças. Conhecer os estágios permite-nos antecipar melhor as necessidades das crianças ao longo dos anos e também ajuda a entender melhor o seu comportamento, algo que pode ser muito útil e reconfortante perante a incerteza e aos desafios da infância.

Os estágios descritos por Gordon Neufeld são:


  1. Proximidade

  2. Semelhança

  3. Pertença ou lealdade

  4. Significação

  5. Amor

  6. Ser (re)conhecido


No geral, os seis estágios de vinculação correspondem à idade em anos.

Desafios de desenvolvimento e neurológicos, trauma, doença e separação podem ter um impacto sobre o tempo destes estágios - e quando for esse o caso, compreender esses estágios pode ser útil para estabelecer a vinculação de acordo com a linha de tempo de uma criança.

É útil compreender que vale a pena trabalhar os estágios da vinculação gradualmente, ao ritmo da criança e com a intenção de garantir que as necessidades em cada estágio sejam totalmente atendidas.


Também é útil compreender que podemos ser adultos e ainda ter necessidades que correspondem aos estágios anteriores de vinculação, principalmente se tivémos relacionamentos negativos no início de nossas vidas ou sofremos traumas e eventos adversos na infância.

Os bebés não abandonam totalmente as necessidades anteriores (por exemplo, a necessidade de estar perto). No entanto, Neufeld defende que quanto melhor as necessidades de apego de uma criança forem atendidas, mais facilmente ela será capaz de passar para o próximo estágio de vinculação.


Nunca é tarde demais!

Também é útil entender que o vinculação vive “no momento presente”. O apego pode ser temporariamente "quebrado" se estivermos distraídos, com raiva/enervados ou desconectados, ou se nossos filhos estiverem frustrados, oprimidos ou com raiva. E o apego que se desfez no início do dia pode ser restabelecido por meio de conexão, empatia e atenção.

Ao concentrarmos-nos em restabelecer a nossa ligação com as nossas crianças “no momento”, podemos restabelecer os laços de apego.

Em termos práticos, isso significa que a hora de dormir ( seja na sesta ou à noite) pode ser maravilhosa uma noite/fim de manhã e depois parecer uma tempestade noutra: procurar maneiras de nos reconectar-mos ao nível da criança, se as coisas parecerem desconectadas, é fundamental. O que também significa que a hora de dormir pode ser um momento maravilhoso do dia para reparar o apego: concentrarmo-nos em desacelerar, ouvir, prestar atenção e reconectar durante a rotina da hora de dormir para terminar o dia, ou a manhã (no caso da sesta) com apego forte e seguro.




Primeiros três estágios de Gordon Neufeld

ETAPAS DA VÍNCULAÇÃO

1.Proximidade ( até ao 1º ano)

O QUE SIGNIFICA:


A necessidade de estar perto, de nos tocar, de ser tocado pelo cuidador, de estar perto, de nos ver, de nos ouvir, de nos cheirar.

Como se manifesta: Os bebés enroscam-se em nós, estendem-nos a mão, choram quando separados de nós, acalmam-se através do contato pele sobre pele connosco e terão mais facilidade em se regular com o toque, a amamentação, ao ser abraçados ou carregados (sling ou colo).


Como os adultos podem atender a esta necessidade: Perceber que os bebés precisam de estar perto de nós, ajuda a definir expectativas razoáveis ​​no primeiro ano e depois.


Formas de atender a essa necessidade de proximidade "transportar" usar o bebé, segurar, balançar, amamentar, compartilhar a cama e ter o bebé ao colo se se der biberon de maneira semelhante à amamentação (pele sobre pele, colo, ter uma 'pessoa que amamenta' principal para os biberons e que atende a essa necessidade. Abraços e apertos, brincadeiras e carinhos são formas muito físicas de atender a esta necessidade. Usar uma voz suave, contato visual ou até mesmo permanecer visível são maneiras que ajudam os bebés a relaxar com a nossa proximidade. À medida que os bebés se tornam mais móveis, eles começarão a se afastar de nós, mas circularão de volta na nossa direção para se aproximarem a fim de obter segurança, especialmente quando se sentirem inseguros ou numa nova situação. À medida que amadurecem, esse 'círculo de volta para nós torna-se visual: eles voltam-se ( olham) para verificar se ainda lá estamos. Ao garantir que a necessidade de proximidade é atendida, estamos a garantir aos nossos bebés que os amamos e que cuidamos deles.




2. Semelhança (2 anos)


O QUE SIGNIFICA:

As crianças de dois anos tendem a querer ser como as pessoas que amam.


Como se manifesta: A criança irá imitar ou reproduzir os comportamentos, ações e palavras dos pais e dos outros cuidadores importantes (geralmente um ou dois adultos importantes).

As crianças de dois anos adoram imitar atividades domésticas, expressões faciais, gestos e maneirismos. As crianças muitas vezes mostram uma necessidade intensa de serem semelhantes ou iguais a um cuidador em detrimento de outro em determinados momentos. Isso pode ser difícil para o outro progenitor ou cuidador, que pode se sentir rejeitado e não entender o porquê: a intensidade do apego é tão grande que muitas vezes é dirigida com extrema intensidade a um dos cuidadores. Isso muda com o tempo e requer paciência e compreensão de que é típico desta etapa.


O que os pais ou cuidadores podem fazer para apoiar esta fase: Ter prazer com esta imitação. Brincar com a situação. Modelar uma autorregulação calma e participar destas atividades imitativas tanto quanto nos sentirmos confortáveis. Desfrutar deste comportamento compartilhado e saber que esta imitação indica um forte apego. Incentivar a criança de dois anos a ajudar em casa: a limpar janelas, dobrar panos, usar utensílios, guardar brinquedos. A imitação é um indicador poderoso de apego, mas também é a maneira da natureza preparar o terreno para comportamentos que esperamos que as crianças tenham.

E lembra-te se és um progenitor ou cuidador amoroso que não é objeto dessa imitação, a tua presença, consistência e amor farão com que isso aconteça: vale a pena esperar!

Na hora de dormir, criar alguma "mesmice" com os mesmos objetos físicos, como fronhas ou até duas almofadas que sejam iguais (uma para nós e outra para a criança de dois anos!) pode ajudar. Se dormirem separados, o mesmo pijama também pode ser uma maneira divertida de construir este cenário. Ter a mesma rotina, e disfrutar com essa rotina, pode ser uma forma poderosa de fornecer segurança e previsibilidade para a criança de dois anos. Ou o mesmo livro, a mesma cadeira/sofá e a mesma rotina todas as noites/fins de manhã permitem que a criança saiba o que esperar.




3.Pertença / lealdade (3 anos de idade)


O QUE SIGNIFICA: Um forte sentido de aceitação como uma unidade familiar ou extensão da família ( no caso de cuidados fora de casa) com o cuidador principal e um ou dois outros cuidadores principais. Uma sensação de "pertencer" à criança. Isso pode parecer "propriedade" ou possessividade, mas é baseado num forte sentimento de pertença incondicional. Muitas vezes na frase: " A/O ...... é minha, meu!"

Como se manifesta: Esta etapa pode ser vista com clareza quando as crianças começam a usar a frase “ O meu _____”. “ A minha mãe”, “a minha casa”, “o meu brinquedo” e “meu bebé” são frequentes nessa idade.

Frequentemente, esta idade coincide com o nascimento de um bebé (irmão/irmã), o que pode fazer com que as crianças se sintam ainda mais possessivas em relação aos pais e às coisas queridas. Eventualmente, esse sentimento de pertença se estende ao novo bebé também, embora isso implique paciência e tempo até chegar lá!


Como os adultos podem apoiar esta fase: Na hora de dormir, pertencer e um sentido de lealdade podem ser apoiados através de rituais contínuos na hora de dormir que fortalecem a sensação de segurança e amor incondicional pela criança. O sentimento de pertença incondicional dá suporte a esta etapa de apego.

Apoiar-se na necessidade de nos pertencer e sentir a nossa necessidade de lhes pertencer permite que uma criança relaxe na certeza de que nós e ela somos uma unidade

familiar ou de extensão de família. Também pode ajudá-las a sentirem-se, com o tempo, menos preocupados sobre como um novo irmão que pode ameaçar esse sentimento de pertença.

Esta é muitas vezes a idade em que consideram a mudança para a sua própria cama ou quarto. Criar esse espaço para elas e focarmo-nos em frases como o “teu quarto” e “tua cama” pode ser útil. Respeitar esse espaço e proteger esse espaço dos irmãos, a fim de manter esse espaço como algo que lhes pertence, muitas vezes é o início desse processo, não quer dizer que isto se aplique a todas as crianças. Muitas crianças podem já ter esse espaço e outras poderão demorar muito tempo até esta passagem, mas esta é a fase em que esta conquista mais frequentemente acontece, ao contrário do que nos foi dito durante muito tempo. Pois é nesta fase que a criança começa a ganhar alguma independência - o nascimento do EU!


Para terminar...

Considera estas etapas como "sinais" de desenvolvimento da vinculação, em vez de metas fixas de apego. Usa-as para te orientar, para antecipar as necessidades das crianças e para desfrutar o florescer emocional em constante mudança da infância!

Na próxima semana que vem, adicionaremos os estágios 4 a 6.



Se quiseres saber mais sobre as Etapas da Vinculação, ou quiseres explorar outras formas de fazer ou estratégias que te poderão apoiar no desenvolvimento das tuas crianças, agradecemos que nos contactes por e-mail ou pelo Instagram, teremos todo o gosto em organizar encontros sobre o tema.


Se quiseres ler ou aprender mais sobre a abordagem de Gordon Neufeld e desenvolvimento infantil, recomendamos o seu livro Hold Onto Your Kids (em co-autoria com Gabor Mate). Em Português: O seu filho precisa de si! . E sobre o desenvolvimento do cérebro e da mente o livro do Dr. Dan Siegel: O cérebro da criança, aliás qualquer livro destes autores é imprescindível!






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